Pânico e Mergulho.


A palavra pânico deriva de Pã, antiga divindade da mitologia grega, era o guardião dos rebanhos e tinha por missão fazê-los multiplicar. Deus dos bosques e dos pastos, protetor dos pastores, veio ao mundo com chifres e pernas de bode.

Contudo Pã foi abandonado por sua mãe no nascimento, assustadíssima com sua esquisita aparência, com pés de bode e chifres na testa e barba espessa. Quando Hermes levou o filho ao templo, todos do Olimpo ridicularizaram a criança. Em vista disto, Hermes pediu que a criança nunca o chamasse de pai. Era temido por todos aqueles que necessitavam atravessar as florestas à noite, pois as trevas e a solidão da travessia provocava pavores súbitos, desprovidos de qualquer causa aparente e que eram atribuídos a Pã; daí o nome pânico

Pânico no Mergulho

"Refere-se a um estado súbito e frequentemente imprevisível  de intenso e por vezes cego, medo e terror, normalmente associado a sentimentos de fatalidade iminente." John R. Yarbrouhg

Em outras palavras um medo súbito de morrer. E como estamos falando do pânico associado ao mergulho, imagine uma  sensação de morte  aos 15 metros de profundidade por exemplo. Com um agravante,  um mergulhador em pânico não consegue avaliar a situação, o que tornará a aventura ainda mais arriscada. 

Segundo a Associação Americana de Psiquiatria as pessoas podem experimentar três tipos principais de ataque de pânico: ligados a uma situação ou acontecimento, desencadeados por uma situação ou acontecimento e espontâneos. 


                                                                                                              

Alguns dos fatores que mais causam ataque de pânico em mergulhadores são: exaustão física, vertigens, alterações visuais, "enganchamento" e término de ar.



Causas do ataque de pânico no mergulhador

Um mergulhador inexperiente está sempre mais sujeito a entrar em pânico.

Não há uma causa específica de ataques de pânico. São geralmente causados por uma combinação de fatores biológicos, percepções e fatores ambientais, como estressores. Também tende a ser associados com a hereditariedade que explica que a genética desempenha um papel importante a este respeito. No entanto, isso não significa que aqueles que não têm histórico familiar de transtorno do pânico não possam experimentar ataques de pânico. 

Seu corpo reage para entrar no modo de "luta ou fuga" em resposta a algo percebido como uma ameaça.


Durante um ataque de pânico, seu corpo tenta levar mais oxigênio e sua respiração se acelera. Além disso, seu corpo libera hormônios como a adrenalina que causam a aceleração dos batimentos cardíacos e seus músculos ficam tensos. Ainda não está claro por que esses ataques acontecem em situações nas quais não há qualquer evidência de perigo iminente.

 



As crises de pânico geralmente manifestam os seguintes sintomas:


  • Sensação de perigo iminente
  • Medo de perder o controle
  • Medo da morte ou de uma tragédia iminente
  • Sentimentos de indiferença
  • Sensação de estar fora da realidade
  • Dormência e formigamento nas mãos, nos pés ou no rosto
  • Palpitações, ritmo cardíaco acelerado e taquicardia
  • Sudorese
  • Tremores
  • Dificuldade para respirar, falta de ar e sufocamento
  • Hiperventilação
  • Calafrios
  • Ondas de calor
  • Náusea
  • Dores abdominais
  • Dores no peito e desconforto
  • Dor de cabeça
  • Tontura
  • Desmaio
  • Sensação de estar com a garganta fechando 
  • Dificuldade para engolir.


Uma dica importante

Uma complicação frequente é o medo do medo, ou seja, o medo de ter outro ataque de pânico. Caso não receba tratamento adequado, os ataques de pânico podem levar ao transtorno de pânico e outros problemas associados. Esta condição incapacitante, pode contribuir para que você deixe de fazer grande parte das suas atividades normais do dia-a-dia.


Mas o ataque de pânico e/ou transtorno de pânico é tratável, e quanto mais cedo você procurar ajuda ou procurar alguma forma de superar o problema, melhor. Não procure dar conta sozinho, compartilhe suas emoções e sentimentos com os mais próximos, sendo necessário procurar o seu médico para uma avaliação física, pois problemas de saúde como alergias alimentares, baixo açúcar no sangue, deficiência nutricional, tireóide desequilibrada são alguns dos fatores desencadeantes para ataques de pânico. Seu médico lhe orientará sobre conduta mais adequada inclusive se houver necessidade de um Psicólogo para terapia cognitivo comportamental e ou Psiquiatra para prenscrição de medicamentos.
                                     
Os ataques de pânico podem alterar o comportamento em casa, na escola ou no trabalho. Muitas vezes, a pessoa traumatizada, se preocupa com os efeitos de seus ataques de pânico e podem, até mesmo, despertar problemas mais graves, como alcoolismo, depressão e abuso de drogas. 
Não há como prever as crises de pânico.


Para prevenir-se dos riscos no mergulho inclusive os ataques de pânico, acreditamos que o candidato a mergulhador deva iniciar sua pesquisa identificando as escolas de mergulho focando-se em quesitos fundamentais que garantam uma boa e segura formação, como por exemplo: qual a carga horária adotada (entre 35 e 40 horas de aula, no mínimo). O tempo gasto na formação do mergulhador é uma informação importante, pois se tornar um bom mergulhador demanda adaptação, e o conforto no meio subaquático não se adquire da noite para o dia! 
Exija material didático de boa qualidade: manual, DVD, tabelas de mergulho e outros componentes.
As aulas devem ser divididas entre teóricas, prática na piscina e práticas no mar.

Mesmo sendo para cursos básicos de mergulho, as escolas utilizam padrões de treinamento de Certificadoras de Mergulho Internacional, sendo assim busque no site da certificadora correspondente as qualificações dos profissionais envolvidos e se eles realmente possuem status ativo com credencial mínima de instrutor. 





Opte por uma escola de mergulho com profissionais sérios com os devidos credenciamentos que realmente se preocupem em ministrar o passo a passo, que lhe instrua e capacite com segurança preparando-o para desfrutar as maravilhas do mundo subaquático sem arriscar a vida. 

Carpe Diem!







Comentários

  1. Faltou citar a SSI entre as certificadoras de mergulho.

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    Respostas
    1. Olá Rafael! Bem lembrado. Vou acrescentar.
      Só agradecemos sua participação.

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